Em algum momento da sua vida, você já perguntou para alguém algo que você nem precisava, mas para sentir mais seguro, quis ouvir a opinião que a outra pessoa tinha.
Para algumas pessoas isso é nada, para outros isso é motivo de preocupação. Existem pessoas que deixam de fazer coisas por simplesmente pensar que alguém pode não gostar ou não aprovar.
Qual é o equilíbrio que temos sobre ser aprovado e aceito pelo outro ou não? Bom, de acordo com todas as vezes que percebo que algum paciente traz esse questionamento, trabalhamos a questão: “quando é e como é que você aprendeu e entendeu que ser aceito e aprovado pelo outro fazia diferença para você?”
Ao perguntar isso, alguns param e refletem e não tem respostas. Logo após uns instantes, a nossa reflexão é: é possível não se preocupar com a opinião do outro? É possível não ter esse sentimento de aprovação ou de aceitação?
Enfim, algumas vezes essas perguntas ou indagações são para refletirmos e entendermos a nossa dinâmica.
Muitas vezes é importante a aceitação e aprovação, porque desejamos ser admirados pelas pessoas, o que pode ser algo ruim quando não sabemos quem são as pessoas que são importantes para nós, aqui entraria por exemplo as inúmeras comparações estética que temos, comparações profissionais entre outras que ao invés de ser algo positivo, torna algo prejudicial.
Como já falei em outros textos, boa parte das coisas que sentimos sendo ela positiva ou negativa, está na frequência e na intensidade do sentir, onde pode ser algo proveitoso ou algo que nos limita e prejudica nossas relações.
Conseguir e conquistar respeito dos outros é importante, mas não pode ser a única coisa que me sustente. E o que eu gosto? e o que eu desejo? e o que eu busco? quais as coisas que são importantes para mim? Essas poucas perguntas que são questionamentos individuais, nos fazem sair do lugar de pensar no que o outro quer, mas naquilo que faz sentido para mim.
Não podemos ser espelho que reproduz tudo do outro, mas precisamos ter nossa característica de ser, é isso que nos diferencia e é exatamente essa autenticidade que faz as pessoas nos admirarem, se inspirarem em nós. E acredite, todos nós temos algo bom para inspirar alguém, mas se não buscamos trabalhar e nos autoconhecer nessas nuances, não saberemos o que é.
Por isso algumas pessoas buscam psicoterapia, algumas buscam porque sobre por não conseguir dizer não para “sempre” ser aprovados e aceitos e outros para se autoconhecer e saber que existem limites que tornam o outro uma inspiração e admiração do que alguém que priva de ser quem se é.
Veja só esse recorte de uma psicoterapeuta sobre esse assunto:
“Se sempre estamos atendendo às demandas externas, isso significa que a nossa felicidade e realização estará na mão das outras pessoas. Assim, se não tomamos cuidado, passamos a viver uma vida que particularmente não queremos, mas que se encaixa com as expectativas alheias. No longo prazo, quem tem essa necessidade de aprovação deixa de traçar o seu próprio caminho, deixa de correr riscos e de seguir os seus instintos. Devido ao medo da rejeição e de ser julgada, a pessoa acaba perdendo a sua individualidade, vivendo uma vida que não é sua.” Ilene Strauss Cohen, psicoterapeuta
Percebe que nosso funcionamento é assim, mas que não precisa ser assim para sempre ou somente ser assim, podemos ter flexibilidade.
Um outro exemplo para esse assunto é bem pessoal, veja bem. Imagine se eu que toda semana estou aqui escrevendo textos com temas diferentes, ficasse imaginando e preocupando com pessoas que para mim são infinitamente melhores que eu, fossem julgar a mim pelo que escrevo ou que eu queria agrada-las em toda escrita. É bem possível que eu já tivesse deixado de escrever, por medo de não alcançar a realização pessoal através do pensamento delas.
Bom, quanto a esse exemplo e outros que podem estar emergindo na sua cabeça, algumas coisas não teremos controle, logo, ser aprovado e ser aceito é importante, mas não é só. Nossa realização precisa estar centrada em nós para depois ser propagada ao nosso redor. Para isso, devemos trabalhar em nós pensamentos e buscar melhorar nossas inseguranças, nossa estima, nosso interior, nossos medos… enfim, trabalhar em nós aquilo que já sabemos, mas não deixamos de lado.
O melhor dos mundos é todos os dias aprendermos um pouquinho com o outro e ir lidando com o outro que sempre existirá. E o lado positivo é: saber que ele existe me faz querer alcançar resultados melhores ao invés de me apegar ao pequeno lugar de não ser bom.
Nutra sua mente de pensamentos positivos e permita que seu comportamento seja exteriorizado para ser melhor que ontem.
Por: Sabrina Lucindo | (32) 9 9199 – 9968