Coluna da Psicóloga Fernanda Dalla Paula
Seria o ideal nosso fracasso?
Socialmente dizendo os conceitos de maioria e minoria não significa necessariamente quantidade de pessoas, condiz a grupos dominante (maioria) e subordinado (minoria), essas classificações foram estabelecidas pela desigualdade política, socioeconômica dentre outros fatores, apresentando claramente uma relação de poder perante a sociedade.
Podemos pensar que a maioria traz por si um ideal de poder, mas quem são essas pessoas? Grandes milionários? Sim, eles existem, mas como podemos classificar os dominantes e subordinados? Além de dinheiro o que a maioria possui que falta à minoria?
Em nível social teríamos muitas respostas para essa pergunta, inclusive injustiça e corrupção, mas qual seria o efeito dessa cultura para o sujeito que está nela inserido?
Bom, talvez uma das respostas seria o ideal de um indivíduo bem sucedido, uma receita de bolo para o que deve buscar a ser e concomitante o que não deve ser.
Dinheiro e poder andam juntos, mas que ideal é esse que criamos para nós seres humanos? Não que dinheiro seja algo ruim, mas conseguimos fazer daquilo que seria solução se tornar um grande problema!
Dinheiro compra comida, casa, conforto, mas antes mesmo da revolução industrial o dinheiro já comprava as pessoas, pense no período da colonização. No início da igreja o dinheiro teve um lugar importante, na protestante com Calvino, existia uma ideia da predestinação, aquele que tinha uma boa vida na terra iria para o céu, já o escravo e pobre era determinado ao inferno, e ainda hoje o dinheiro compra até pedaço no céu!
A permuta trazia em si um valor subjetivo, enquanto o dinheiro permite algo universal, ideal, acho que assim trouxemos para o nível simbólico o poder, como se trata de algo universal fica mais fácil de saber quem tem e quem não tem.
Na teoria psicanalítica se observa sobre esse funcionamento do ter e não ter, ser e não ser, isso se encarna na cultural e em todas as nossas relações, porém ao meu crivo, através do dinheiro beira quase uma certeza de quem é o dono e quem é a mercadoria, mas me parece que nesse ideal ninguém consegue de fato ser a maioria ou o comprador, já que a maioria seria quem compra, pois no final das contas todos somos comprados e subordinados por essa utopia do ideal.
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REFERÊNCIA:
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. Martin Claret. São Paulo, 2013.