Por g1 Zona da Mata
Após 4 anos de trabalho do projeto “Conexão Mata Atlântica”, os resultados alcançados na Fazenda Santa Cruz, na cidade de São Francisco do Glória, foram positivos. Os frutos da ação foram apresentados durante solenidade e visita técnica realizadas pelo Governo de Minas na quarta-feira (29).
A fazenda é a unidade modelo e no local foram aplicados 3 projetos técnicos de sistemas agroflorestais, que intercalam plantio de milho, pastagem, eucalipto, mogno, café e abacate, além de dois projetos de sistema silvipastoril, de mogno e de eucalipto; e ainda mais dois de fomento ambiental.
A fazenda Santa Cruz pertence aos produtores rurais Jorge Augusto de Faria Filho e Luzia Elena Ricardo de Faria, que participam do projeto desde 2018. A propriedade é cedida pelos donos para a realização de dias de campo e visitas técnicas.
Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), já foram investidos pelo projeto mais de R$ 400 mil no local.
A solenidade de quarta-feira (29) contou com a presença da secretária de Estado de Meio Ambiente de Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo; da diretora-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Maria Amélia Lins; do coordenador do projeto Conexão Mata Atlântica e analista ambiental do IEF, Marcelo Araki. Também estiveram presentes o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado estadual Noraldino Junior; representantes da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), dentre outras autoridades.
Durante o evento, a proprietária da fazenda, Luzia Faria, destacou que a partir do projeto foi possível realizar grandes feitos na propriedade.
“Hoje somos modelo do que se pode fazer para melhorar o meio ambiente”, afirmou.
O também proprietário, Jorge Augusto Faria, relembrou o estado em que se encontrava a fazenda quando foi adquirida. “Era uma terra pelada, lutamos muito para melhorá-la e o Conexão veio ampliar um trabalho que vínhamos tentando fazer a conta gotas”.
De acordo com o coordenador do projeto Conexão Mata Atlântica em Minas Gerais, Marcelo Araki, a extensão rural e as ações implementadas pelo projeto são importantes não só para os fomentados, como para todo meio ambiente no seu entorno.
“Os ganhos que conseguimos aqui geram benefícios a toda comunidade, que tem mais água e mais qualidade ambiental proporcionadas por essas ações”, ressaltou o coordenador.
Já o deputado Noraldino Junior ressaltou a importância do trabalho integrado.
“O trabalho realizado aqui é uma quebra de paradigmas. A ação do proprietário na proteção e na manutenção da melhoria ambiental é uma iniciativa que rompe a expectativa de que o poder público detém toda essa responsabilidade”, frisou.
A fazenda
A Fazenda Santa Cruz está inserida na Área de Preservação Ambiental (APA) do município de São Francisco do Glória, onde está localizada a principal nascente do corpo hídrico, responsável pelo abastecimento do perímetro urbano.
Com mais de 20 hectares trabalhados com ações do projeto Conexão Mata Atlântica, o local tem plantio em sistemas de Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF) e Integração Pecuária e Floresta – IPF, restauração florestal e plantio consorciado de abacate com café.
Conexão Mata Atlântica
As ações do Projeto Conexão Mata Atlântica em Minas Gerais iniciaram-se em 2017, por meio do Acordo entre os Estados e a União, publicado em 2016 e tem vigência inicial de 5 anos.
Executado em Minas Gerais pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), o projeto Conexão Mata Atlântica abrange duas sub-bacias pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – a dos Rios Pomba e Muriaé e a dos Rios Preto e Paraibuna. As ações previstas em Minas Gerais envolvem a restauração de florestas nativas e de áreas produtivas
Conforme a Semad, estas sub-bacias hidrográficas foram priorizadas no estado de Minas Gerais devido à sua importância na contribuição de água na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, sendo utilizadas para o abastecimento urbano, mas que, no entanto, se encontram degradadas.
O objetivo do projeto é a recuperação ambiental de 2.200 hectares por meio de incentivos como, doação de material para cercamento, insumos para plantio, mudas e contratação de empresas para execução das ações de cercamento e plantio.
O Projeto Conexão Mata Atlântica é realizado com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environmental Facility – GEF), tendo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (FINATEC) como executor financeiro.
De acordo com a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, Minas tem a maior cobertura de mata atlântica no país e o projeto é uma importante iniciativa na preservação e recuperação desse bioma tão importante para Estado e para o país.
“Não existe perda na preservação, o ganho ambiental é sempre positivo para uma propriedade e para além dela”, informou.