Coluna da Psicóloga Fernanda Dalla Paula
Por que a infelicidade é mais atrativa que a felicidade?
Veja bem, nesse texto estou tratando os conceitos de felicidade e infelicidade como satisfação e insatisfação, com o intuito de abrir um campo de reflexão para você leitor(a), não se trata de explicar uma felicidade romântica e impossível que vemos por aí.
Já percebeu como é muito mais fácil estar insatisfeito(a) com a vida em geral (relacionamento, trabalho e etc) do que se sentir satisfeito(a) com o que possui?
Seria isso um fenômeno da sociedade moderna? Bom, ao meu crivo de fato vivemos uma realidade de informações vazias, que vendem condições e situações que não cabem no bolso de todos.
Na revolução industrial crescendo junto com o liberalismo, descobriram e colocaram em prática uma interpretação crucial, desde então começaram a vender desejo, levando em consideração que nossa raça humana deseja desejo, por isso nunca se satisfaz.
A satisfação plena de fato não existe, enquanto há vida existirá insatisfação, por uma lado isso é ótimo, para que não nos estagnamos, nos faz movimentar, sonhar, querer, mas por outro lado, o sujeito quando não sabe o que quer, busca por várias coisas, e seja lá o que for na maioria das vezes se tornam tralhas, por ser sem sentido para o sujeito se tornam vazias, sendo assim a insatisfação só cresce, junto com a infelicidade e o índice das depressões.
Mas veja bem, não dá pra colocar isso só na conta da cultura neh!? Senão poderíamos dizer que não temos desejo, você é um ser que não se separa do externo, o meio e o interno se tornam uma coisa só, pensando no conceito da banda de Moebius em Lacan.
O sujeito que vive em insatisfação geralmente se percebe como uma pessoa infeliz, mas não sabe o porquê é assim. Seria a cultura que te faz assim? Seus pais? Sua família? Sua história? Ou a maneira pela qual se relaciona com tudo isso? Porque no final das contas isso tudo que você vivenciou e fantasiou, só você poderá falar e saber como te afetaram, pois se transformaram em afeto.
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REFERÊNCIAS:
MONTEIRO, M. P. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/ scielo.php?script=sci_arttext& pid=S0100-34372014000100013#:~ :text=A%20banda%20de% 20Moebius%20constitui,destru% C3%ADdo%20logo%2C%20no% 20mesmo%20momento>
KEHL, M. R. O tempo e o cão: a atualidade das depressões. 2015. Ed. 2. Boitempo. São Paulo.