Coluna da Psicóloga Fernanda Dalla Paula

    Por que fazer dos outros como se fossem objetos que podem ser massacrados a qualquer momento? Por que achar que você tem o poder? Utilizar dos dispositivos perversos da tanatopolítica te faz sentir vivo?

    Talvez nas perguntas levantas acima, já respondem partes da primeira pergunta.

     Algumas teorias entendem o ser humano como um ser violento por natureza, ou seja o natural em ser gente, já a psicanálise entende que até nisso existe sexualidade, gozo, satisfação, prazer, dentre outras sensações.

     Ninguém nasce violento ou passivo, e diferente dos outros animais não precisamos atacar para a sobrevivência, afinal por sermos movidos pela sexualidade e desejo o que nos diferencia dos outros animais, criamos e ainda se criam várias coisas na tentativa de satisfação plena, o que sempre finaliza sem sucesso, pois é sempre outra coisa que queremos, “a grama do vizinho é sempre mais verde”.

    A guerra existe por vários motivos, guerreamos com nosso irmão por um biscoito quando criança, guerreamos com o cara que olhou para a “minha” namorada, e com aquela que ousa chamar atenção do “meu” namorado. Guerreamos porquê algo ficou ameaçado, porque ” pisaram no meu calo e eu não aceito e faço questão de apresentar o poder (que não possuo), forço para a força bruta “, uma tendência em retornar ao primitivo, sem lei porém também sem sentido de certo ou errado socialmente dizendo.

   Freud em seu texto o mal estar na civilização (1927-1931) escreveu que sem lei iríamos viver em barbárie, e só abrimos mãos dessa barbárie por proteção, por isso não falamos e nem devemos falar tudo que se pensa, por isso que não precisamos matar o outro, nem invadir outros países para conquistar, da vingança com as próprias mãos, porque abrimos mãos de grande parte da sensação da perversão humana para viver em sociedade, e assim preservamos a própria vida mas também a vida do outro, fizemos do diálogo (palavras) o herói da pátria, e ainda bem que fizemos algo com todo esse ódio além de destruir.